Nas últimas semanas, refletindo mais profundamente sobre gestão estratégica de pessoas, percebi o quanto o papel da liderança mudou (e continua mudando) no cenário atual. Vivemos em um mundo V.U.C.A (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo), onde a capacidade de antecipar mudanças e mobilizar equipes tornou-se indispensável. É um contexto muito diferente daquele enfrentado por gerações anteriores, ainda que alguns de nós tenhamos vivenciado um pouco de ambos os mundos.
Ao longo da minha experiência profissional, compreendi que liderar vai muito além de gerenciar tarefas ou planejar cenários. Liderar é, sobretudo, mobilizar pessoas e desenvolver talentos de forma estratégica. E mais: gestores que levam em consideração fatores humanos costumam alcançar melhores resultados.
Um ponto sempre me chamou a atenção: em alguns projetos, líderes com menor domínio técnico tinham mais êxito do que aqueles extremamente especialistas. A diferença? Sensibilidade emocional e flexibilidade. Eles conseguiam se adaptar às necessidades do time de acordo com cada situação – algo que se aproxima da liderança situacional, que ajusta o estilo de gestão ao nível de maturidade e autonomia de cada colaborador. Ao mesmo tempo, transmitiam confiança, reconhecimento e otimismo, características centrais da liderança positiva, que foca em potencializar pontos fortes e cultivar um ambiente saudável e motivador.
Como pessoa mais introvertida (ou melhor, ambivertida), acabei desenvolvendo um olhar atento para esses aspectos. Em projetos recentes, vi como conectar tarefas ao propósito da equipe e reconhecer conquistas de maneira justa gerava mais motivação e, consequentemente, mais produtividade. Esse equilíbrio entre resultados, estratégia e bem-estar se tornou, para mim, a essência de uma liderança transformadora.
E foi nesse ponto que os 3C’s da produtividade de David Ulrich ganharam força no meu aprendizado:
- Clarity (Clareza): comunicar metas e objetivos de forma clara, transparente e conectada ao propósito.
- Capability (Capacidade): identificar lacunas de competência e oferecer suporte e desenvolvimento contínuo para o time.
- Commitment (Comprometimento): estimular engajamento, criar um ambiente de confiança e reconhecer conquistas de maneira justa.
Quando combinados com práticas de liderança positiva e situacional, esses três pilares formam um conjunto poderoso. O líder não apenas orienta sua equipe com clareza, mas também adapta sua forma de conduzir conforme a necessidade de cada momento e fortalece a cultura organizacional com reconhecimento e otimismo.
No fim das contas, liderar no mundo V.U.C.A não é apenas sobre entregar resultados, mas sobre formar equipes mais fortes, engajadas e preparadas para o futuro — equilibrando estratégia, bem-estar e desenvolvimento humano.